Sua exploração da música folclórica norueguesa e colaborações com escritores conterrâneos ajudaram-no a desenvolver um estilo abertamente nacionalista em espírito. Suas melhores obras estão nas canções líricas e nas requintadas peças instrumentais. Quem não conhece as Suítes Peer Gynt n.1, Op.46 e n.2, Op.55 ? Logo nos primeiros segundos do vídeo abaixo você vai lembrar:
Estas suítes são livremente baseadas em contos de fadas noruegueses. Nasceram de 23 peças curtas compostas como música incidental para uma montagem teatral. Para Grieg, mestre da miniatura, a música incidental para teatro era a forma ideal.
As vezes Grieg é depreciado por ser miniaturista, e não deixa de ser verdade, mas reconhece-se como uma exceção o majestoso Concerto para piano, op.16. Este concerto foi fortemente influenciado pelo concerto para piano de Schumann e também Liszt. Aliás, reza a lenda que Liszt viu a obra em manuscrito e impressionou Grieg ao tocá-la perfeitamente à primeira vista!
Se você não conhece este concerto, tire uma meia hora e assista-o, de preferência com um som decente e em 720p. Os compassos de abertura desta obra devem ser dos mais instantaneamente identificáveis em toda a música clássica.
O solista gurizão no vídeo acima chama-se Hannes Minnaar, pianista holandês que, apesar da pouca idade, já vem ganhando destaque no meio musical. Na verdade, fiquei impressionado com a execução dele deste concerto. Não é uma execução estática (tem alguns pianistas que parecem uma múmia dedilhando ao piano), e que se sai com desenvoltura tanto nas partes mais virtuosas quanto nas partes mais suaves. Neste concerto de Grieg, a principal forma de saber se o solista é bom (óbvio, assim como em boa parte dos concertos de piano), é a parte da cadenza. Ouve só o que o guri faz dentre os 8:36 e 11:52... chega a dar pulos na cadeira! E esta energia toda passa para a música, excelente.
Aliás, uma ótima dica é este site da Avro:
http://cultuurgids.avro.nl/front/archiefklassiek.html
ou ainda o canal deles no YouTube.
Tem MUITA coisa legal ali, magnificamente gravados, tanto áudio quanto imagens, e isto sem falar da parte musical: execuções mais que excelentes (a nossa OSPA tem que comer muito feijão para chegar perto disto...).
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