domingo, 20 de novembro de 2011

Samuel Barber

Na minha opinião, dentro do pouco que conheço de música erudita, acho que a peça musical mais triste que já ouvi é esta:

Talvez a palavra "triste" não seja a mais apropriada, mas, de qualquer forma, é uma música daquelas que abrem aquele baú secreto da nossa alma, trazendo à luz aquelas coisas que geralmente conseguimos abafar muito bem no nosso dia-a-dia. Mas esta é só minha opinião e não será unanimidade, obviamente. Não existem unanimidades em se tratando de ser humano.

Este peça musical, normalmente conhecida simplesmente como "Adagio for strings", trata-se do segundo movimento do Quarteto de Cordas op.11, do americano Samuel Barber.


Samuel Barber teve formação como compositor e cantor na renomada Curtis Institute of Music. Numa época em que a música era dominada por moderninstas tais como Schoenberg e Stravinsky, o romantismo singelo de Barber mexeu com as plateias. Seu talento para linhas melódicas fluentes e fáceis de memorizar mascarou os aspectos mais contemporâneos de sua composição, sobretudo o acurado manejo da dissonância e a orquestração inventiva.

O Quarteto para Cordas n.1 op.11 foi composto em 1936. Dois anos depois, o próprio Barber reescreveu-o para orquestra plena de cordas, aproveitando para acrescentar recursos como peso e sonoridade. Talvez em função do tom profundamente melancólico e contemplativo, este adágio encontrou resposta junto ao público, sendo executado em vários funerais, como os de Kennedy, Roosevelt e Einstein.

Na versão abaixo, temos o famoso segundo movimento em uma versão mais original, para quarteto de cordas mesmo. É lindo, quase que se pode ver as quatro pautas dançando em nossa mente.


E também temos abaixo a versão orquestrada, que é o video do início deste post. Aliás, no YouTube tem incontáveis vídeos com esta música de fundo, é complicado escolher. Acabei optando por este, pela sensibilidade na escolha das imagens e edição, mas devem ter outros ainda melhores.

No cinema esta música combinou lindamente, de uma forma emocionalmente perturbadora, com o memorável filme Platoon (de Oliver Stone, 1986). Trata-se da imortal cena da morte do Sgt. Elias.


E aqui tem uma edição bem bacana com cenas do filme e usando esta mesma trilha sonora.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Reconhecimento de músicas

Estes dias, durante o jantar, estávamos assistindo ao programa "Qual é o seu talento", do SBT. Um dos candidatos que apresentou-se era um mágico, Bianconi, bem competente até por sinal. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi uma das músicas que ele usou de fundo em seu número. Era daquelas músicas que estava na minha mente, eu já ouvira antes com certeza, mas onde? Quando? Não tinha a mínima idéia do nome da música, nem compositor, nem nada.

Fico pensando: como eu resolveria isto há tempos atrás? Ligar para uma emissora de televisão não é como ligar para a rádio local de sua cidade... Bom, mas hoje em dia com a Internet, tudo ficou mais fácil.

O primeiro passo foi encontrar o vídeo do programa da televisão. Acabei achando o vídeo no YouTube, é lógico. A saber, a apresentação do mágico foi esta:


Minha primeira tentativa foi pedir ajuda para Michele, minha esposa, que tem um celular Motorola com aquele aplicativo MotoID, que identifica músicas. Mas o aplicativo não funcionou direito, por algum motivo desconhecido.
Então, fui a procura de alguma coisa a ser feita no computador mesmo. Acabei achando alguns sites que fazem on-line a mesma coisa que o MotoID faz. Alguns realmente são uma porcaria (como o AudioTag.info), mas o achado do dia foi o Midomi.

Como eu não estava em casa, tudo o que eu tinha a minha disposição era um fone da Leadership, daqueles com microfone, dos mais "chinelão". Mas foi suficiente. Coloquei para tocar o vídeo no YouTube e no trecho em que tocava a música, bastou encostar o microfone em um dos fones de ouvido, para fazer o Midomi "ouvir" via microfone o que estava sendo tocado nos fones! Sério, sem mentira, simples assim! Em cerca de 10 segundos de audição, ele me dava a resposta:


Fui ao YouTube novamente para dar uma geral e confirmar esta resposta. Dito e feito. Esta música, composta por Michael Gore, é tema do filme Laços de Ternura (Terms of Endearment), de 1983, filme este que nunca assisti, mas parece ser bacana. Já tá na minha lista de filmes que eu preciso ver.

Bom, então agora, aliviado com mais uma descoberta musical (quem já passou por isso sabe a sensação boa que dá), deixo com vocês o tema do filme, em duas versões: uma para piano solo e a outra orquestrada.



Bonita música, não?
Thanks Michael Gore and thanks to Midomi team!